terça-feira, 28 de abril de 2009

Metroid Prime - o Filme

Aqui é mais uma tentativa no universo do matte Painting, eu achei essa cosplayer no Deviantart e achei seu trabalho fantástico e resolvi fazer essa montagem com diversos pedaços de fotos que achei aleatoriamente e um no DA. O maquinário eu trabalhei a partir de sketches do jogo que eu achei, a parte mais difícil sem dúvida foi mesclar a próppria cosplay no cenário uma vez que a cor original não era essa, fora que tive que mudar a posição da luz e adicionar detalhes como sujeira e brilhos onde era necessário, mas o resultado ficou bem legal.
Pra quem quiser conhecer o trabalho dela e o meu, seguem os links do Deviantart:

Fernando Carvalho: http://fernandocarvalho.deviantart.com/art/Metroid-Prime-The-Movie-120664774

YukiLefay: http://yukilefay.deviantart.com/art/The-Bounty-Hunter-Samus-Aran-110359473

Até a próxima!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Matte Painting - Passo a passo

No penúltimo post eu falei um pouco a respeito da técnica de Matte Painting e que eu estava treinando aqui em casa em meio a outros projetos, meio bagunçado meu cotidiano, mas eu vou mudar isso logo, eu preciso mudar isso logo ou fico doido.

Bem este é o último trabalho que eu fiz treinando essa técnica, já havia feito uma mais leve, mas essa aqui levou mais tempo por causa da dificuldade que tive pra arrumar as referências que eu queria.

Essa temática do Teatro da Paz todo quebrado e tomado pelas plantas já é bem velha no imaginário da maioria das pessoas que eu conheço que mexem com alguma forma de arte visual, já a vi até mesmo como tema de livro. Então há muito tempo eu tinha a idéia de criar algo assim com o aspecto que vemos em filmes de fantasia, mas com alguma coisa daqui de Belém.

Ainda tenho algumas idéias para mais, talvez uma série com essa temática, só que no momento vou ficar só nessa.

Falando de como foi feita, tudo que se precisa para dar início à construção da imagem é um computador (é lógico), uma caneta digital, Photoshop, muitas fotos de vários lugares e muita paciência, vale ressaltar que o modo que eu estou usando aqui não é exatamente o padrão de como se faz um matte painting, à medida que fui progredindo após terminar esse trabalho fui descobrindo mais coisas, mas aqui vou me ater a como cheguei ao resultado acima.

Primeiro de tudo ter uma noção de como quer a cena, de como vai ser a composição, isso eu decidi na foto do teatro que eu tirei. De resto é começar a arrumar as peças o teatro é separado do fundo e o céu será substituído por outro mais ‘dramático’, uma queda d’água pra dar a impressão de que o chão cedeu e um igarapé se formou ali e a escada foi retirada de um pequeno coreto da praça da república.

Em seguida, cada elemento deve ser tratado separadamente, usando principalmente o controle de níveis de sombra e saturação. Seleciona-se o objeto e vai em: Images / Adjustments / Levels para escurecer e dar um tom mais de fim de tarde para a imagem, o céu foi feito de forma semelhante, mas teve sua camada duplicada e na cópia foi ajustado o level e o Color balance para uma tonalidade mais magenta e escura, após isso usei o modo multiply na camada que escurece a imagem e a funde com a de baixo que no caso aqui é o céu original, depois ajuste a opacidade da camada escura para não ficar escuro demais. Todas as demais camadas foram tratadas de forma semelhante, alguns recortes de vegetação avulsa foram adicionados aleatoriamente lembrando que cada elemento precisa estar em sua própria camada, assim será possível modificá-lo sem interferir nas outras. Notem que o teatro está todo rachado, aí não tem plugin pra isso, é preciso quebrá-lo manualmente, usando a borracha pra apagar e o pincel pra definir e justificar as rachaduras

Aqui o teatro foi escurecido da mesma forma que o céu, com a duplicação de sua camada, tendo o teatro já envelhecido, ajustar a camada para multiply e deixá-lo mais escuro. Encontrei uma foto excelente para primeiro plano, que é muito importante para a composição da imagem. Um tronco coberto de musgo na vertical dá um tom mais caótico e quebra a direção das linhas verticais do teatro e recebe o mesmo tratamento do teatro. Outra coisa que não mencionei no primeiro é mexer na saturação da imagem. Basta ir em Images / Adjustments / Hue-Saturation. A saturação é e predominância dos valores de cor em toda a imagem, mais saturação cores mais fortes, menos saturação, menos cores. Use isso para balancear as camadas que tiverem uma cor mais forte que outras e assim tornar a imagem mais homogênea.

Juntos todos os pedaços, é hora de adicionar detalhes, usando a ferramenta clone em modo all layers, crie uma camada específica e nomeie como vegetação, por exemplo. Vá adicionando onde você acha que ficaria melhor, lembrando a que a vegetação em cima precisa estar atrás do teatro, portanto ficará em uma outra camada específica. Para o fundo você vai precisar de fotos que tenham grandes zonas de vegetação para preencher, um detalhe: entre em Images / Adjustments / Levels e em Output Levels reduza o valor de preto na imagem até ele alcançar um valor menor que o do teatro e que o primeiro plano, pois dará a impressão de estar mais distante. Os detalhes maiores se resumem a adicionar vegetação em volta de forma aleatória para transmitir a idéia de que está ali há muito tempo e a floresta tomou conta. Uma coisa que acabei concluindo disso tudo é que eu precisava tirar mais fotos da vegetação local, pois vegetação tropical é muito difícil de se achar na internet, vou me lembrar disso. De resto dei um jeito de esconder a parte branca que faltava aumentando o tamanho da queda d’água e adicionando o outro lado da ponte com um pedaço invertido da mesma foto que usei para o outro lado.

O próximo passo foi trabalhar o espaço entre o primeiro plano e o teatro. Havia uma parte escura na lateral do teatro e para preenchê-la eu precisei buscar uma foto de árvore que parecesse caída e que tivesse de preferência um luz vinda de trás para não precisar criar a iluminação por conta própria, fora outros detalhes como vasos quebrados e animais como o caso da onça sentada sobre a pedra, tive sorte de achar uma foto que se encaixa perfeitamente ali, é claro que a iluminação era diferente. Para deixá-la assim eu criei três camadas da mesma onça e dessaturei a primeira camada, aumentei o brilho de segunda e escureci a terceira, após isso ajustei a primeira camada para Multiply e com a borracha fui apagando onde supunha que a luz atingia deixando que a camada mais clara aparecesse. Para dar um tom mais “selvagem” à cena, criei mais uma camada à qual adicionei um pouco de fumaça com o pincel enevoado para e apaguei algumas partes para ir tornando a fumaça mais caótica.

Feito isso eu tirei um JPEG da imagem e abri como novo arquivo e criei três camadas da mesma imagem e fiz o mesmo esquema que usei na onça, dessaturei uma das camadas, aumentei o valor do brilho da segunda e amarelei a terceira, em seguida usei os modos de Blending que ficam na janela Layers para misturar e equalizar as imagens. A camada dessaturada em deixei em modo multiply, a de maior brilho em modo screem e a última em multiply, feito isso fui ajustando a opacidade de cada camada de modo que pudesse chegar a um resultado bom.

Por último criei mais uma camada entre o teatro e o primeiro plano e adicionei com o pincel enevoado os raios de sol que saíam pelas nuvens, reduzi a opacidade do pincel para 30%, e puxei alguns raios de luz que depois fui refinando com a borracha até alcançar um resultado que me agradasse.

Pra finalizar apliquei um filtro de radiosidade que simula a luz difusa e torna mais homogêmea a imagem e então ponho em um formato widescreem para parecer que é um fotograma de um filme.

É isso galera espero não ter sido muito confuso, é a primeira vez que faço um passo-a-passo.

Até a próxima.



sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PowerGirl descansando....

Muita gente estava esperando por essa aqui, eu comecei a fazer essa aqui com o Corel Photopaint IX, mas no caminho eu consegui o Photoshop CS3 e resolvi recomeçar do zero, com um resultado muito acima do que eu esperava. A parte boa disso tudo é que estou me desatolando de trabalhos pendentes por falta de tempo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

MATTE PAINTING?

Metrópolis (1927), de Fritz Lang.

Matte-painting, uma vez comentei que estava aprendendo sobre isso com um amigo meu e ele disse: O que é isso?. Uma coisa interessante sobre essa técnica usada desde o início do cinema é justamente que ninguém saiba que ela está lá, talvez seja este o maior elogio que o público possa fazer ao trabalho desses profissionais.

Consiste na criação de uma pintura sobre uma superfície, normalmente uma placa de vidro, que deve interagir com o cenário onde se encontra o ator. Essa pintura tem a função de expandir o ambiente em determinadas situações em que seria muito caro criar o cenário na realidade, ou seja, só pode ser usado em cinema.


Os técnicos trabalham na animação e nas maquetes com a gigantesca pintura ao fundo

Provavelmente o primeiro trabalho com essa técnica que se tem notícia tenha sido o filme Missions of California feitas pelo artista Norman Dawn em 1907. Algumas bem notórias são Metrópolis ( 927) onde Fritz Lang usou a combinação de pinturas em vidro e de fundo com animação em stop motion para criar sua fabulosa cidade do futuro. Podemos citar outros exemplos como a Xanadu de Charles Foster Kane em Citizen kane (1941).

O mestre Alfred Hitchcock sempre foi um freguês assíduo desta técnica, especialmente porque ela lhe permitia filmar em estúdio sem os contratempos típicos da filmagem em locação e lhe permitia um controle maior sobre tudo dentro de suas obras, seu artista predileto era Albert Whitlock

Rebbeca - A mulher inesquecível


Cena final de Os Pássaros pintada em vidro por Albert Whitlock


Outro momento de Os Pássaros, apenas o centro da cidade é estúdio.

Uma técnica que permite baratear uma produção, o Matte Painting sempre foi figura carimbada em grandes produções, Ben-hur (1959) de Willian Wyler fez grande uso desta técnica, como a maioria dos épicos anteriores e que vieram depois mas com certeza uma dos mais notórias foi a série Star Wars (1977 - 2006) que abrangeu a transição desta técnica, de vidro pintado para pintura digital.

Essa transição se deu em meados dos anos 80 com a inclusão crescente de computadores na arte cinematográfica. Uma das primeiras foi em The Young Sherlock Holmes (O Enigma da Pirâmide, 1985) em que o artista Chris Evans fez uma pintura em acrílica sobre vidro de um cavaleiro em um vitral. Esse vitral mais tarde foi escaneado nos estúdios da LucasFilm que usou um programa chamado Pixar para aplicar a pintura a uma placa virtual que mais tarde seria inserida na filmagem e se tornaria uma cena em que a figura salta do vitral para atacar sua vítima. Era uma coisa que era impossível de se fazer com o matte-painting tradicional.

Da escola antiga dessa arte temos Norman Dawn, Walter Percy Pop Day, Harrison e Peter Ellenshaw, Matthew Yuricich, Ralph McQuarrie e muitos outros. Hoje com o advento da tecnologia digital o uso da pintura manual está quase em desuso, mesmo porque sua técnica era bastante trabalhosa, imagine ter de levar uma enorme placa de vidro para uma locação inóspita e mantê-la intacta e sem um arranhão sequer, para quem quiser uma opinião profissional procure esta entrevista com Arturo Uranga, um dos mais profílicos artistas dessa técnica no Brasil. O Matte Painting atual é 50% Photoshop e 50% Imaginação. Acho que nem preciso citar exemplos de filmes que mostraram o avanço na qualidade dessa técnica graças à possibilidade de se trabalhar em cima de referências fotográficas de alta resolução. Pra se ter uma idéia, uma única placa usada para ilustrar uma cena de Naboo em Star Wars – Episódio III: A Vingança dos Sith tinha 25000 pixels de resolução.

Exemplos de Mattes da nova geração.


Hoje em dia existem muitos cursos lá fora para esse tipo de técnica, livros, dvd’s e tutoriais sobre o assunto na internet bastando para isso digitar Matte Painting. Nos meus favoritos há alguns links para sites para que tiver interesse no assunto.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

All hail Miyazaki!!

Um dos artistas que mais admiro, não apenas pela sua capacidade com o storytelling, mas pela beleza visual de suas obras é sem dúvida Hayao Myiazaki. O backgrounds de suas animações em sua maioria feitos à mão são quase todos de autoria de Kazuo Oga que consegue transpor para a cena toda uma sensação de imersão naquele ambiente onde se passa a história, tudo isso explorando uma regra simples: a relação da luz com o ambiente, desde a separação entre claro e escuro até a forma como a luz afeta as cores do ambiente e como cria sombras através das formas sólidas que a anulam, isso é algo que eu persigo como meta e espero um dia chegar a um resultado pelo menos próximo do mestre Kazuo.
Aqui temos uma amostra de seus trabalhos em livro, clara referência para a cena que fiz mais acima no photoshop CS3, meu trabalho ali está mais para o que se costuma chamar de "Speed paint", um tipo de pintura em que conta o resultado em função do tempo. Esse trabalho é uma capa para uma cartilha sobre como evitar a malária. A intenção é mais ilustrativa, atrair a atenção do público alvo. Espero ter conseguido... :)

Até a próxima...